NOVAS POSSIBILIDADES DE INVESTIGAÇÃO
O Sirius terá energia duas vezes maior e emitância (divergência do feixe de elétrons) aproximadamente 360 vezes menor que a do UVX. Essa combinação fará com que o brilho da luz síncrotron emitida seja, em certas frequências, mais de um bilhão de vezes superior ao que hoje está disponível aos pesquisadores.
No UVX, a energia do feixe de luz permite analisar apenas a camada superficial de materiais duros e densos, já que os raios X produzidos nessa fonte penetram esses materiais com profundidade de somente alguns micrômetros. A alta energia do Sirius permitirá que esses mesmos materiais sejam analisados em profundidades de até alguns centímetros. Isso é fundamental para o estudo de aços e outros metais, além de concreto e de rochas, o que terá impacto positivo em estudos da camada pré-sal, por exemplo.
As características da máquina atual brasileira tampouco permitem a investigação de determinados elementos químicos, como é o caso da importante classe das terras raras, que só poderão ser efetivamente estudados com fontes de luz com características como as do Sirius.
A concentração do feixe de raios X em um foco de tamanho reduzido, que pode chegar à ordem do micrômetro e até do nanômetro, será também um diferencial da nova fonte síncrotron. No Sirius poderão ser feitos experimentos em que o feixe de raios X atinge a amostra com intensidade e, ao mesmo tempo, com foco extremamente concentrado, o que terá impacto determinante para experimentos em nanotecnologia e biotecnologia.